- SAINSAULIEU, Renaud, Sociologia da empresa: organização, cultura e desenvolvimento, Lisboa, Instituto Piaget, pp. 61-62, 1997.
De acordo com Renaud Sainsaulieu, a complexidade do factor humano é colocada em destaque pela vontade de organizar as empresas, de forma a garantir uma crescente eficácia produtiva.
O autor questiona se será suficiente a classificação dos indivíduos, por aptidões técnicas, necessidades económicas e capacidades de gestão, de maneira a alcançar uma espécie de mecanismo impessoal, perfeitamente, regulamentado da organização, isto é, aquilo que Frederick Winslow Taylor e Max Weber pretendiam. Todavia, existe um conjunto de manifestações individuais e colectivas como, por exemplo, moral deficiente, conflitos, comunicações insuficientes, grupos, classes ou clivagens inesperadas, insubordinação, rotina, falta de iniciativa, arrivistas ou críticos, que não se encaixam na organização científica do trabalho e da empresa prevista, pois são comportamentos humanos e não da estrutura da organização, não deixando de serem problemas sérios e frequentes.
Renaud Sainsaulieu questiona, ainda, se estes problemas humanos devem ser ignorados e, só, se terem em consideração a organização fundamentada na racionalidade económica e técnica ou, então, ter em conta estas preocupações como objecto de procura de uma nova racionalidade que privilegie a pessoa e as suas relações com as outras.
A psicologia industrial e a psicologia social foram as duas disciplinas científicas, em que o esforço de racionalização pela integração de outros factores do trabalho se apoiou, abandonando a simples prática dos testes psicotécnicos, subentendida do Taylorismo e considerando importante todo o contexto das relações humanas informais, onde decorre a realidade do quotidiano das relações de trabalho.
Primeiramente, a função de manager concebida pelas ciências da gestão era a de responsável pelas principais orientações da empresa.
Depois, a questão que se coloca é a de que modo esta função, além de integrar, nos seus projectos de organização da empresa, os problemas das relações humanas, pode preocupar-se, também, com a aplicação de uma verdadeira gestão dos recursos humanos tidos como a abertura de uma nova área de racionalização das regras de acompanhamento do esforço de envolvimento dos seres humanos no trabalho.
É de notar que, entre as décadas de 50 e 90, surgiu, nos Estados Unidos da América e, em seguida, na Europa, uma nova corrente, verdadeiramente, racionalizadora e que tem como cerne a integração do factor humano, nos diferentes contextos da produção, comunicação e organização geral da empresa.
Elaborado por: Elisabete Martins, n.º 52304.
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