quinta-feira, 26 de junho de 2008

Uma procura incessante de racionalidade

  • SAINSAULIEU, Renaud, Sociologia da empresa: organização, cultura e desenvolvimento, Lisboa, Instituto Piaget, pp. 27-28, 1997.
Renaud Sainsaulieu, na sua obra Sociologia da empresa: organização, cultura e desenvolvimento, de 1997, começa por abordar a importância da coerência dos modelos de organização, referindo que é impossível a integração dos meios humanos e materiais de uma empresa, por parte dos seus membros, num conjunto organizado e coerente, tendo como objectivo a produção, sem estes terem conhecimento de modelos de organização, já, existentes.
Este autor estabelece uma comparação entre as dificuldades que os países do Terceiro Mundo enfrentam sempre para se desenvolverem, devido à existência de contradições e discordâncias entre as suas diversas forças, instituições e sectores económicos, ou seja, o desenvolvimento, para uma sociedade, implica sempre uma permanente integração; e a empresa que deve procurar, constantemente, a maior eficácia possível do seu pessoal, nas suas estruturas de organização.
A decisão dos responsáveis pela direcção efectiva da empresa, no interior deste conjunto de dados mais ou menos bem conhecidos, constitui um problema, porque mesmo ao questioná-los sobre as suas teorias explícitas, estes falariam, facilmente, de bom senso, de confiança individual e no rigor dos exemplos que seguem, seleccionados entre os antigos ou, mesmo, os dos pais que servem de modelo. No entanto, as teorias destes decisores revelam-se, muitas vezes, implícitas, inconscientes ou, até, contraditórias.
Os dirigentes não foram os únicos que formularam os princípios e orientaram as mudanças organizacionais, uma vez que a empresa, também, é formada por engenheiros, peritos, sindicalistas e especialistas das ciências sociais que se interessaram por este assunto.
Renaud Sainsaulieu considera importante ter em conta as soluções organizacionais e os modelos racionais que foram formulados e executados, ao longo da história industrial.
É de salientar que a empresa, como principal instituição económica e social da era industrial, foi palco de uma grande história de imaginação estrutural e gerou um número considerável de teorias sobre o problema geral da organização de complexos conjuntos humanos de produção, não, só, a nível ocidental, mas também, a nível planetário.
Na abordagem sociológica das empresas, é preciso começar por definir melhor e perceber sobre que modos de organização das suas estruturas estas funcionam, visto que, quanto mais implícitas ou, mesmo, inconscientes forem as teorias em que se baseiam, mais difíceis se revelam de mudar ou partilhar.
O autor defende que o desenvolvimento da empresa, na actualidade, passa pela organização de um debate social sobre os modelos racionalizadores presentes nas empresas e o seu efeito específico de integração. Porém, é necessário, em primeiro lugar, fazer a definição, a classificação e o reconhecimento das práticas normativas e regras que são as lógicas de referência, no centro de uma empresa.
Elaborado por: Elisabete Martins, n.º 52304.

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